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AVRW - Capítulo 02

Olá, maninho
Quando percebi que já estávamos chegando, eu não duvidava que pudesse ter um ataque cardíaco. Meu coração estava disparado, e as borboletas no meu estomago se movimentavam com uma velocidade surpreendente. E porque a cada cinco segundos eu tinha uma tremedeira involuntária?

Abri a pequena janela que tinha ali, queria respirar ar puro, me sentia sufocada, mas me arrependi imediatamente quando vi. O majestoso castelo de Hogwarts já podia ser visto, e ver a escola novamente fez com que minha ansiedade aumentasse.
– Você está bem mesmo, Rose? – perguntou-me Caterine que estava do meu lado, olhando atentamente para mim.
– Você está pálida. – disse Sophie, também preocupada.
– Estou bem. – disse dando um sorriso nada convincente.
A quem eu queria enganar? Elas sabiam que eu não estava bem, mas não tinha o que falar. Nada me deixaria tranquila agora. E elas – graças a Merlim – sabiam disso, então ficaram em silêncio. Por um momento, permiti-me dar um sorriso, agradecida por ter as duas na minha vida e me conhecerem talvez melhor que eu mesma.
A carruagem foi descendo cada vez mais, mas era diferente de quando eu fora para a Austrália de avião com a mamãe, papai e Hugo. O avião fazia muito barulho e me dera ânsia de vomito, mas a carruagem descia tranquilamente, cortando o ar como se fosse uma pluma. Senti vontade de chorar por sem querer pensar em minha família, mas o fato de que eu logo os veria fez com que um enorme sorriso se desenhasse em meu rosto.
Quase que involuntariamente, olhei pela janela novamente. Respirei fundo diversas vezes, principalmente quando percebi que o castelo de Hogwarts ficava cada vez maior ao passo que nos aproximávamos.
Tentando ignorar o nervosismo, levantei-me de supetão, assustando Caterine e Sophie.
– Vamos indo para a saída. – disse já saindo pela porta, mas passos atrás de mim avisavam-me que elas me seguiam. Assim que sai, dei de cara com um corredor com diversas portas. Era como uma casa, como se cada porta fosse um quarto. Só que ao invés de quartos, eram cabines com sofás confortáveis. Tudo decorado com grande luxo e requinte.
Passei rapidamente pelo corredor, parando quando alguém me cumprimentava de dentro da cabine. Caterine e Sophie acabaram ficando para trás: tinham embarcado numa divertida conversa com Louise sobre o enorme castelo de Hogwarts. Cumprimentei-a rapidamente e continuei meu percurso.
Assim que cheguei em uma sala maior, com quadros emoldurando as paredes, mais sofás e um tapete pérsia no chão, vi Madame Marie ali. Ela já estava pronta para sair, vestida elegantemente com um vestido longo e um casaco de pelugem. Abri a boca para falar algo, mas a fechei imediatamente quando senti um solavanco. Me segurei rapidamente numa mesa, mas a aterrissagem foi rápida. Logo senti que estávamos parados.
Ouvi vozes, murmúrios e exclamações vindas do corredor, todos já estavam se levantando e encaminhando-se para onde eu estava, que era a saída. Olhei para a porta que me levaria para o lugar que não vejo há três anos, o lugar que abandonei. Reveria todas as pessoas que deixei para trás...
Os outros alunos já estavam chegando onde estávamos. Não eram muitos. A maioria tinha ficado em Beauxbaton: Madame Marie escolhera os melhores para levar consigo para o Torneio Tribruxo. Eu, com a inteligência que puxara de minha mãe, fora uma das escolhidas. Éramos cerca de quinze pessoas, a maioria meninas.
Giulio abriu a porta. Era um dos poucos garotos que tinha vindo junto. Assim que saiu, puxou a escadinha para que Madame Marie descesse. Essa jogou o cabelo para trás, e antes de sair, lançou-me um olhar. Eu sabia que ela queria uma ultima confirmação, que mostrasse que eu ainda estava confiante quanto a minha decisão, sem resquício de arrependimento.
Eu assenti.
Ela deu um meio sorriso, antes de pisar no primeiro degrau e desaparecer de vista.
– Isso não é demais? – comentou Nicole excitada para mim, alto o bastante para que todos ouvissem. Eu não respondi, mas não precisava. Assim que Nicole exclamara, todos começaram a falar ao mesmo tempo, concordando com ela.
Um a um, os poucos alunos de dentro da carruagem foram saindo. Eu fiquei por ultimo. Graças a Merlim todos nos esperariam dentro do salão. Assim que sai, levei um susto ao ver Hagrid ali, cuidando dos cavalos. Reprimi a vontade de abraça-lo; o gigante com certeza faria uma cena, mas não pude evitar que meus olhos ficassem úmidos. Hagrid me conhece desde que nasci, ele era muito amigo da família.
– Não era ele que namorava nossa antiga diretora, Madame Maxime? – sussurrou Sophie para mim.
– Sim. – Olímpia Maxime, pelo que me contaram Caterine e Sophie, fora a diretora de Beauxbatons somente quando estavam no primeiro ano. No outro ano, ela morrera de uma doença rara. Quem assumiu foi Madame Marie, que era a vice da escola na época.
– Olá crianças. – trovejou a voz do Hagrid, olhando-nos com um sorriso escondido pela barba. Me encolhi atrás de Caterine para que ele não me visse, mas não era preciso. Logo que respondemos, ele trocou umas rápidas palavras com Madame Marie sobre os cavalos e logo os tirou dali.
– Muito bem, façam exatamente como ensaiamos. – disse Madame Marie severamente para nós. Na porta do castelo, estava um homem que eu não conhecia. Era mais baixo que meus 1,68 de altura, tinha uma pele ressecada e bigode. Parecia ter uns quarenta anos. Vi muitos se esforçando para não fazer uma careta. A feiura do homem ia contra nossos princípios
– Por aqui. – disse simplesmente quando o alcançamos. Entrei pelo hall da escola, e o lugar era tão conhecido por mim que não fiquei como meus colegas, observando todos os detalhes.
– A nossa entrada em Beauxbatons é muito mais bonita. – comentou Caterine. – aqui tem muitas armaduras... Nossas estátuas de gelo são muito mais encantadoras.
– Concordo. – disse Sophie no mesmo instante.
Eu nada disse. Continuei caminhando, tentando controlar a ansiedade. Como estaria Hugo? E Alvo? E Dominique? A perspectiva de que logo saberia a resposta me deixava tão feliz e tão nervosa...
Não demorou muito até que chegássemos ao salão principal. As portas estavam abertas, e fui até o cantinho querendo dar uma espiada.
– Olhem esse teto! – exclamou Nicole chocada para mim, Sophie e Caterine. As três atrás de mim, também querendo espiar.
– Ele foi encantado para parecer o céu. – disse automaticamente.
– Como você sabe? – perguntou Nicole, com a testa franzida.
– Li em algum lugar. – disse encolhendo os ombros. Nenhum dos meus colegas, além de Sophie e Caterine, sabiam que eu estudara em Hogwarts. Isso foi para que nenhum linguarudo dissesse que eu estava escondida lá. Eu só imaginava a reação de todos ao saber que eu viera de uma das escolas rivais.
O homem feio foi até a Diretora McGonagall, e meu coração falhou ao vê-la. Passei meus olhos rapidamente pela mesa da Grifinória. Não demorou para que eu achasse um monte de cabelos ruivos espalhados pela mesa. Eu não conseguia distinguir muito bem os rostos de longe, mas comecei a suar frio só por vê-los, mesmo que com a distância. Mas em pouco tempo, essa distância não teria mais...
– Recebem a escola de Beauxbatons! – falou a Diretora McGonagall pra toda a escola. Todos os alunos bateram palmas, principalmente quando meus colegas entraram e fizeram a apresentação que tanto treinamos. Foi sucesso total, é claro. Assim que eles chegaram lá na frente, respirei fundo, e me preparei para entrar, com Madame Marie logo atrás de mim.


POV Scorpius
Depois de uma belíssima apresentação das alunas de Beauxbatons – as quais eu ainda observava com olhos famintos, decidindo qual era a mais gostosa e qual pegaria – outra garota entrou. Ela entrou dançando, fazendo movimentos rápidos e graciosos. Por algum motivo, não consegui desprender meus olhos dela. Todas as pessoas do salão pareciam também hipnotizados pela menina. Talvez por não ser uma veela e mesmo assim ser tão graciosa. A única coisa que sei é que, quando ela girava, ficava visível suas pernas bem torneadas, e o seu uniforme marcando suas curvas. Era divina. Infelizmente, eu não conseguia ver o rosto, pois ela girava tão rápido e não ficava na mesma posição por muito tempo. Era ruiva, seus cabelos pareciam pegar fogo enquanto ela girava tanto.
O silêncio total reinava, e todos ainda a observavam perplexos quando ela parou lá na frente. Novamente, antes que pudéssemos ver seu rosto, ela se abaixou em uma mesura. Imediatamente, todos bateram palmas. Eu sabia que todos deviam estar olhando-a tão admirados quanto eu, mas isso não importava. Eu precisava ficar olhando-a, se não ela sairia de vista. Eu precisava ficar com essa garota. Aos poucos, as pessoas pararam de bater palmas, mas a garota não saiu de sua posição. Eu estava, infelizmente, longe demais para saber o que estava acontecendo, mas vi suas colegas olhando-a preocupados. Mas então, uma voz quebrou bruscamente o silêncio.
– Rose? – perguntou perplexo um garoto da mesa da Grifinória. Era Hugo Weasley. Assim que ele exclamou, todos olharam novamente para a garota, que levantou lentamente a cabeça.
Meu mundo virou de cabeça pra baixo quando ela disse:
– Olá, maninho.


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